A partir de R$ 104 mil é possível ser dono de um helicóptero que transporta três passageiros, além do piloto - quase o mesmo preço de um Civic 2.0, o carro de luxo da Honda. A afirmação parece errada, mas não está. Esse é o valor mínimo que se paga dentro do sistema de 'propriedade compartilhada de aeronaves', uma espécie de compra em grupo existente no País há sete anos e que atende cerca de 200 pessoas atualmente.
Além do custo da cota, equivalente a 10% do valor de um helicóptero, o gasto que o proprietário terá no modelo citado como exemplo - um Robinson - é de cerca de R$ 11 mil por mês, referentes à manutenção do aparelho e custos de vôo (combustível, piloto, entre outros).
Esse modelo de aquisição associativa é oferecido pela empresa HeliSolutins, que cuida da aeronave para o grupo. Única no País a apresentar esse modelo de terceirização de gestão, a empresa tem 12 helicópteros no mercado, além de mais uma que deve chegar nesse semestre - e a entrada de aviões nesse sistema também está em estudo. No exterior, esse mercado já está consolidado, como nos Estados Unidos, que dispõe de mais de 1.000 máquinas operando.
"É a terceirização da ‘dor de cabeça' de ter um helicóptero, seja pelo preço, burocracia, custo da manutenção e hangar, ou de pessoal necessário", comenta Rogério Andrade, presidente da companhia.
No caso de mais de uma pessoa precisar usar a aeronave no mesmo horário ou este se encontrar em manutenção, a empresa disponibiliza outro aparelho para atender o cliente. "Estamos crescendo 50% ao ano, enquanto o mercado de aviação executiva cresce 10%. Acho que a principal barreira que ainda enfrentamos é cultural, pois as pessoas não conhecem como funciona a propriedade compartilhada. Mas vejo muito espaço para crescer se comparado ao custo da frota que São Paulo apresenta hoje", comenta Andrade.
Segundo o presidente da HeliSolutions, a maioria dos clientes são grupos de pessoas jurídicas e empresas de médio e grande porte, que precisam desse meio de transporte para fugir do trânsito e por questões de segurança para cargos de alto escalão. "Enquanto em São Paulo 70% dos vôos são a trabalho, no Rio de Janeiro a demanda é de 60% por lazer."
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
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